O futuro operacional do aterro sanitário de Apucarana foi debatido na tarde de ontem (quinta-feira – 24/01) em uma agenda, no gabinete municipal, que reuniu o prefeito Beto Preto (PT), o secretário de Obras, vice-prefeito Sebastião Ferreira Martins Júnior (Júnior da Femac), o secretário de Meio Ambiente, Itamar Gomes de Oliveira, e diretores da Sanepar. O local, destinado ao recebimento dos resíduos sólidos produzidos pela cidade, recebe diariamente cerca de 70 toneladas de lixo e, desde setembro de 2010, é gerenciado pela estatal, que firmou um contrato de 30 anos com o município. Pelo serviço de destinação final, a prefeitura repassa mensalmente cerca de R$146 mil. “Em comum acordo, antes de novas deliberações, definimos que o contrato atual precisa ser esmiuçado. Analisado em todos os seus detalhes por ambos os lados para que em um próximo momento cada lado possa expor os pontos de satisfação e insatisfação”, disse Beto.

Segundo ele, desta forma será mais fácil a definição de soluções comuns, sobretudo quanto à melhor maneira do local ser gerenciado. “Muitos pontos precisam ser repensados. Vivemos um novo momento. Vejo que o governo Richa vem agindo sempre como muita sobriedade e abertura. Temos em Apucarana um acesso grande junto ao Governo Federal, por isto reafirmamos que estamos de portas abertas para também, se preciso, buscar em Brasília investimentos necessários”, afirmou o prefeito. Ele lembrou que a área virgem destinada ao aterro sanitário foi adquirida no ano 2000 e, neste pouco tempo, ficou totalmente degradada pelo mau gerenciamento. “Em 1999, enquanto secretário da Saúde lutei junto ao Ministério Público para a desativação do antigo lixão, na Estrada do Barreiro. A prefeitura na época adquiriu a nova área, que hoje era para ser um modelo de gerenciamento dos resíduos sólidos, mas infelizmente está destruída devido a erros de gestões desastrosas”, frisou Beto.

Durante a reunião, o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Péricles S. Weber, realizou uma apresentação multimídia contextualizando a situação como o local foi assumido, as medidas de melhorias já implementadas e os desafios a serem enfrentados. “Assumimos de fato o espaço em 2011 e de imediato identificamos uma situação grave de passivo ambiental, não podendo ser classificado como um aterro sanitário, mas uma espécie de lixão controlado”, relatou Weber. De acordo com ele, entre os problemas herdados estavam a infraestrutura inadequada, como a falta de drenagem do chorume e coleta do biogás. O local operava também sem licença ambiental e o número de pessoal era insuficiente.

“Hoje o aterro opera com sistema de controle digital de pesagem, tem todo o monitoramento ambiental, licença e tecnicamente vem recebendo todas as obras e melhorias necessárias para o controle do chorume e do biogás”, detalhou o diretor. Segundo ele, a projeção de investimentos para 2013 no local é de R$2,65 milhões e, para 2014, é de R$1,05 milhões. “Já melhoramos muitas coisas, inclusive estamos construindo uma nova célula de armazenagem que terá uma vida útil de 3 a 4 anos, mas a proposta da Sanepar para Apucarana vai além da manutenção de um aterro. Por isto a importância destas primeiras conversas com a nova administração. Vamos enviar para análise do prefeito uma proposta de um novo modelo, que não seja aterro, mas que utilize o sistema mecânico-biológico, que possui inúmeras vantagens, sobretudo ambientais”, adiantou Weber. Além de um maior incentivo à criação de cooperativas de reciclagem, o sistema geraria também compostagem a ser utilizada na agricultura.

O prefeito Beto Preto adiantou que o tema será levado à discussão junto a toda a sociedade civil organizada. “Vamos fomentar este debate, que é de suma importância, com toda a população”, disse.

Entre outras autoridades presentes no encontro também estiveram, pela prefeitura, o secretário de Governo, advogado Petrônio Cardoso, o Procurador Jurídico, Paulo Sérgio Vital e, pela Sanepar, o diretor Comercial, Antônio Carlos Belinati, o consultor da Diretoria Comercial, Marcos Defreitas, o gerente geral da Região Nordeste, Carlos Pinto, do gerente Regional de Apucarana, Rui Mendes, e do coordenador de Clientes de Apucarana, Luiz Carlos Jacovassi.

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