A “Arte Fibra Bananeira”, um dos nichos que integram a Economia Solidária e Protagonismo Feminino de Apucarana, programa criado pela Secretaria da Mulher e Assuntos da Família, acaba de ser guindado ao mundo da moda. O convite partiu da estilista catarinense Isabela veronezzi, que conheceu pelo Facebbok, o trabalho de um grupo de mulheres do distrito de Pirapó, que confeccionam diversos tipos de peças, utilizando como matéria-prima a fibra do caule de bananeira.
Este núcleo de artesanato é uma das vertentes da Rede de Mulheres Solidárias, que vem ganhando total apoio na gestão do prefeito Beto Preto, com foco na geração de trabalho e Renda. A Arte Fibra da Bananeira também conta com o suporte da Secretaria Municipal de Agricultura e da subprefeitura do distrito de Pirapó, no processo de coleta e transporte da matéria prima – caule da bananeira – para a produção de peças.
O empreendimento econômico solidário Arte Fibra Bananeira é composto por oito mulheres e um “mestre artesão”, que já há um ano e meio se reúnem no Pirapó, às quartas feiras, para trabalharem com a fibra de bananeira, produzindo peças decorativas, utilitárias, bolsas e chapéus, entre outros. As peças são 100 % artesanais, tendo como matéria prima o caule da bananeira que já deu o fruto.
A secretária da mulher e assuntos da família, Denise Canesin Machado, revela que a empresária Isabela Veronezzi , estilista da empresa Reorder, que trabalha com moda ecológica conheceu o projeto Arte Fibra Bananeira, acessando a página do projeto no Facebook.  “A estilista se interessou pelo projeto, por atender critérios e princípios que ela considera importante, incluindo a sustentabilidade, reciclagem, trabalho coletivo, geração de trabalho e renda e consumo consciente”, conta Denise.
Segundo ela, outro fator que chamou a atenção da empresária catarinense foi o fato de o empreendimento ter participado em 2017 do “Apucarana Fashion Day”, com um belo desfile de chapéus, bolsas, cintos, boné e acessórios, desenhados pelas estilistas do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e do Vale do Ivaí (Sivale), e confeccionados pelas mulheres do empreendimento.
Conforme explica a secretária, a estilista e ambientalista Isabela Veronezzi escolheu encomendar as peças das mulheres apucaranenses, por preencher uma lacuna importante na sua produção de moda praia, que é a “inovação responsável e colaboração sustentável”. Outro aspecto valorizado no projeto é a produção que ajuda a mudar a percepção das pessoas sobre a moda ecológica. Atendendo ao pedido da estilista, as artesãs de Apucarana confeccionaram  bolsas moda praia e clutchs (espécie de carteiras femininas). Os acessórios fizeram parte de um desfile de moda, no último dia 8 de julho, no encerramento do 3º Salão Náutico na Marina Itajaí, em Itajaí-SC.
O evento, intitulado “Um desfile pode mudar tudo”, teve a consultoria do estilista Thiago Bastos, com formação em Los Angeles e Londres, e que trabalha para a grife Calvin Klein. “A principal marca do desfile na Marina de Itajaí foi a empresa Reorder, para a qual nossas bolsas e carteiras da Arte Fibra Bananeira foram enviadas e fizeram sucesso na apresentação”, comenta Bete Berton, coordenadora da Rede de Mulheres Solidárias.
Conforme explica Bete, a empresa produz moda praia feita de redes de pesca e garrafas recicladas, após serem removidas dos oceanos. “Os polímeros extraídos das redes e garrafas são transformados em fios regenerados, com a mesma qualidade de fios virgens, mas com enormes vantagens para o meio ambiente”, revela.
Em Apucarana, as artesãs confeccionaram as peças conforme a modelagem solicitada pela estilista, tecendo-as artesanalmente com as fibras da bananeira.
 
 
“Indústria precisa repensar e
dar bons exemplos”, diz estilista
A estilista e fundadora da Reorder, Isabela Veronezzi, era diretora financeira da EcoGaropaba, uma organização ambientalista criada em 2012, com o objetivo de educar as crianças , sobre a importância da reciclagem de resíduos, visando proteger e preservar os oceanos.
“Tenho dois filhos pequenos e pensando no futuro deles e no meio ambiente, decidi começar a fazer a diferença por meio de uma empresa que aborda os negócios de uma maneira totalmente diferente. Não apenas criando bons produtos, mas encontrando soluções e apoiando ações sobre problemas ambientais e sociais”, relata a empresária catarinense. Conforme sustenta ela, “a indústria da moda é a segunda maior poluidora no segmento industrial do planeta e assume muito pouca responsabilidade por isso”.
Para Isabela Veronezzi, uma marca moderna deve considerar o futuro. “Isso significa o futuro do design e também o futuro do planeta. Isso vai muito além das roupas. É um novo modelo que funciona, traz grandes retornos e ainda ajuda as comunidades, como é o caso das mulheres solidárias de Apucarana que utilizam uma matéria-prima inovadora e ecológica, criando um trabalho significativo e gerando empregos e renda.
“O que nos move é que queremos dar o exemplo. Para mostrar que é um circulo virtuoso entre negócios, pessoas e o planeta. E, a parte mais importante de todo o objetivo é que façamos um mundo melhor. Porque é para isso que estamos aqui”, pontua Isabela Veronezzi.

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