Profissionais que atuam na Estratégia Saúde da Família (ESF) da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana (AMS) têm permitido uma melhor qualidade de vida à população, principalmente idosos, doentes crônicos e acamados. Durante as visitas domiciliares, os profissionais procuram conhecer o paciente, apresentando sugestões sobre alimentação, atividades físicas e relacionamento, objetivando reduzir o consumo de medicamentos. O trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS) é precedido pela Estratégia Saúde da Família (ESF), que em Apucarana é composta de 39 equipes, formadas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde, realizando atendimento a 100% da população de Apucarana.

O diretor presidente da AMS, Roberto Kaneta, salienta que esta ação conjunta possibilita um acompanhamento aprimorado aos pacientes. “Às equipes da ESF cabe realizar a avaliação da pessoa assistida na visita domiciliar e o resultado é repassado ao Nasf, que estabelecerá as ações para melhorar a qualidade de vida do paciente”, explica o dirigente. O superintendente da Estratégia Saúde da Família, médico Odarlone Santos de Souza Orente, complementa afirmando que “muitas ações demandaram além dos serviços de saúde, alcançando outros setores da administração pública, especialmente na área de assistência social, pois muitas famílias não dispõem de recursos financeiros para atender o determinado pelos profissionais de saúde”.

O médico Luiz Antônio Vilela afirmou que a visita domiciliar tem grande importância na vida do paciente. “Este contato direto, não apenas com o paciente, mas também com os familiares próximos, permite conhecer a realidade e oferecer orientações de como proceder em relação aquela pessoa”, explica o médico. Vilela lembra que o atendimento não está restrito ao médico, mas abrange outras ações, envolvendo nutricionista, fisioterapeuta, educador físico, entre outros profissionais. “Esta integração é que permite dar qualidade de vida ao paciente, mesmo ele estando em sua residência e com o apoio da família”, completa ele.

ANJOS – A aposentada Isabel Ravaneda Ferraz, de 77 anos, residente no Jardim São Pedro, abriu um largo sorriso ao ser informada da presença da equipe da UBS Valdecir de Paula. “Chegaram meus anjos”, disse ela ao cumprimentar o médico Luiz Antônio Vilela, a auxiliar de enfermagem Djanira Cruz Oliveira e a agente comunitária de saúde Ana da Silva Franco. A aposentada sofreu um acidente doméstico e encontra-se acamada, necessitando do atendimento médico domiciliar. Durante o período em que a equipe esteve em sua residência, a aposentada, que é hipertensa, tem dificuldades de visão e utiliza remédios controlados, contou um pouco de sua vida e das dificuldades que vem encontrando em razão do acidente e dos problemas de saúde, principalmente após a queda. Feliz, contou ter reduzido o consumo de cigarros, para pouco menos de um maço ao dia. “Minhas irmãs de Faxinal trouxeram os adesivos para eu deixar de fumar”, relata ela.

Enquanto a auxiliar de enfermagem Djanira Oliveira realizava os procedimentos de atendimento a idosa, o médico informava sobre a necessidade da realização de alguns exames para a avaliação do quadro clínico da paciente. O médico, inclusive, falou sobre a importância de uma cuidadora na assistência a aposentada, “para garantir maior segurança e atendimento às necessidades básicas, como alimentação, higiene pessoal e outros procedimentos”.

AUTOESTIMA – Esta integração ESF/ACS pode ser verificada na UBS Valdecir de Paula, localizada no Jardim das Flores, onde está centralizado o atendimento de gestantes de baixo risco. Foi a partir dos relatórios dos agentes comunitários de saúde que a psicóloga Ana Rita Menini e a educadora física Renata Félix identificaram algumas situações em relação aos idosos residentes no bairro. Segundo Ana Rita Menini, há alto índice de ansiedade e depressão entre estas pessoas, “que permitem ficar tristes e optam pela medicação como solução a sua situação”. Para a psicóloga, é fundamental uma mudança de postura, favorecendo a autoestima de cada pessoa. Ela também verificou, nas visitas domiciliares, o registro de depressão entre pessoas recém aposentadas, pois perdem a noção de produtividade. “O ideal é ter alguma atividade após a aposentadoria, para ainda sentirem-se úteis e produtivas”, explica Ana Rita.

Noutra situação, a educadora física Renata Félix verifica que as pessoas “estão menos adeptas a participação de grupos de atividades físicas, preferindo a medicação”. Ela diz ter observado pessoas chegarem cabisbaixas a unidade de saúde e saírem mais felizes com os remédios nas mãos. “Há muito mais apego ao remédio que a uma atividade física que melhore a qualidade de vida a estas pessoas”, complementa Renata Félix.

O QUE É – O Ministério da Saúde criou em 2008 os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf). O Nasf é uma estratégia inovadora que tem por objetivo apoiar, ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na Atenção Básica/Saúde da Família. Seus requisitos são, além do conhecimento técnico, a responsabilidade por determinado número de equipes de SF e o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao paradigma da Saúde da Família. Deve estar comprometido, também, com a promoção de mudanças na atitude e na atuação dos profissionais da SF e entre sua própria equipe (Nasf), incluindo na atuação ações intersetoriais e interdisciplinares, promoção, prevenção, reabilitação.

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