A Prefeitura de Apucarana aderiu à campanha Setembro Amarelo e nesta sexta-feira (10), Dia Internacional de Combate ao Suicídio, ilumina os letreiros no Lago Jaboti, no Espaço das Feiras e também o letreiro histórico da Praça Eraclides Morais (antiga Praça Tabagi). A ideia é alertar e sensibilizar a população a respeito do suicídio, causa da morte de uma pessoa a cada 40 segundos no mundo, colocando o tema na agenda pública.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio mata mais do que HIV, malária, câncer de mama, guerras e homicídios. A OMS alerta que a pandemia de Covid-19 trouxe fatores de risco para o suicídio: perda de emprego, estresse financeiro, isolamento social. Por isso, a organização intensificou as campanhas de prevenção e combate ao problema de saúde pública.
No Brasil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 12.895 suicídios em 2020, média de um caso a cada 41 minutos. Na taxa por 100 mil habitantes, os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul contabilizaram os maiores números. O Fórum defende que haja significativa subnotificação de suicídios no País e que, portanto, haja mais casos do que revelam as pesquisas baseadas em dados oficiais.
Para o presidente da Associação Paranaense de Psiquiatria Júlio Dutra, a participação dos municípios na campanha Setembro Amarelo é de extrema importância. “Cada município conhece sua realidade, demandas e necessidades, e tem condições de levar informações corretas aos munícipes, o que é muito importante para orientar e prevenir o suicídio. A participação dos municípios é fundamental”, afirmou.
O médico lembra que a cada três segundos uma pessoa tenta se suicidar em algum lugar do mundo. Segundo ele, “os impactos da pandemia na saúde mental podem apresentar desde reações normais e esperadas de estresse por conta das adaptações à nova rotina, até agravos mais profundos no sofrimento psíquico.”
Rede de Atenção
O prefeito Junior da Femac defende que Apucarana tem atenção especial à defesa da vida e à prevenção do suicídio. “Estamos atentos ao momento diferenciado por que passamos, na luz do túnel que se afigura com a melhoria dos números da pandemia. Queremos assegurar aos nossos cidadãos que a administração municipal tem um compromisso com o acolhimento, a atenção e a escuta qualificada requeridas pela saúde mental. Lembrar que nossas políticas públicas vêm sendo fortalecidas, que todas as demandas em saúde mental são atendidas e, se necessário, encaminhadas”, disse.
Em Apucarana, a Rede de Atenção à Saúde Mental passa por processo de reestruturação, ampliação e fortalecimento. A coordenadora do Comitê Intersetorial, secretária da Mulher Denise Canesin, ressalta que o grupo de trabalho de saúde mental vem reformulando o atendimento para responder mais eficazmente às demandas dos munícipes. “Nós aumentamos o número de psicólogos atuando na porta de entrada à saúde mental, que é a UBS. Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) estão também sendo redesenhados. Implantamos recentemente um protocolo de atendimento para os psicólogos que atuam na Rede, e seguimos fortalecendo o setor, porque temos a preocupação com o agravamento das condições de saúde mental neste cenário de pandemia”, ressalta.
Sinais de alerta
É importante que se preste atenção aos sinais que uma pessoa pode dar ao ter ideação suicida. Quem faz o alerta é o médico psiquiatra Júlio Dutra:
– Isolamento afetivo e sentimento de solidão;
– Sentimento de desamparo e desesperança;
– Autodesvalorização;
– Aquisição de meios para morrer de suicídio;
– Crise existencial;
– Exposições frequentes a situações de risco.
– Irritação ou agitação excessiva da criança ou adolescente;
– Sentimento de tristeza, baixa autoestima e impotência;
– Tentativas prévias de suicídio;
– Relatos de violência psicológica (humilhação, agressões verbais), física, sexual ou negligência;
– Uso de álcool e/ou outras drogas;
– Histórico familiar de suicídio;
– Ambiente familiar hostil.
