A cultura do café faz parte da história de Apucarana e foi um dos vetores da economia. No entanto, a atividade é bastante suscetível às condições climáticas e viveu recentemente uma grande crise. Após a geada de 2013, que dizimou cerca de 70% dos cafezais, a área cultivada despencou de 4.190 hectares para apenas 910 no ano seguinte. No entanto, a atividade foi retomada através do Programa de Incentivo da Cafeicultura, contribuindo para dobrar a área cultivada que atualmente já é de 1.600 hectares.
A partir desta semana os novos cafezais ganharão o reforço de 30 mil mudas, que foram produzidas no Horto Municipal e serão distribuídas para os agricultores cadastrados. Nesta terça-feira (19/11), o prefeito de Apucarana, Junior da Femac, esteve no local para verificar o trabalho desenvolvido e anunciou que, para o próximo ano, o programa dobrará o número de mudas ofertadas, passando para 60 mil unidades.
“Além da questão econômica que é muito importante, estamos resgatando uma atividade que tem um significado muito especial para os apucaranenses, pois estamos cuidando de uma cultura que formou a nossa cidade”, salienta Junior da Femac.
O prefeito de Apucarana lembra que o café sempre pesou nos indicadores econômicos do Município. “Mesmo após o apogeu vivido nas décadas de 60 e 70, a cultura continuou sendo importante na economia do Município. Em 2013, o café gerou um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 32 milhões, cifra que caiu em 2014, logo após a geada, para R$ 3 milhões. Ao mesmo tempo em que Apucarana tem uma das melhores terras do Brasil para o café, é bastante suscetível ao clima e inspira cuidados”, avalia Junior da Femac.
Ainda citando dados do Departamento de Economia Rural, da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento,  o prefeito salienta que a retomada da cultura também produziu reflexos no Valor Bruto da Produção. “Aos poucos, com o trabalho realizado nos últimos anos, conseguimos elevar o VBP do café de R$ 3 milhões no pós-geada para R$ 17 milhões relativos ao exercício de 2018”, frisa.
O prefeito lembra que, logo após o episódio climático de 2013, o então prefeito Beto Preto reuniu a equipe para definir ações para amenizar a crise no setor. “Foi neste cenário que surgiu o Programa Terra Forte. Ao mesmo tempo em que o Município ofereceu incentivos para a retomada dos cafezais, foi introduzida a fruticultura como uma forma de diversificação da propriedade”, recorda.
O prefeito também destaca outra importante medida que fortaleceu o setor, tomada por Beto Preto assim que assumiu o mandato. “Ele criou a Secretaria Municipal de Agricultura, que não existia e funcionava junto à Secretaria de Indústria e Comércio. Com esta visão do agronegócio e, tendo em vista as especificidades deste setor produtivo, o trabalho foi planejado e estamos fechando o ano de 2019 com um crescimento de 11% do Valor Produto da Produção, levando-se em consideração todas as atividades do agronegócio no Município”, pontua Junior da Femac.
O secretário municipal de Agricultura, José Luiz Porto, afirma que a opção atual é produzir café com tecnologia. “Produzimos mudas selecionadas de alta produtividade, da variedade IPR 100, que é resistente à ferrugem e nematóide. Além disso, o Município adquiriu uma máquina plantadeira e o governo do Estado uma colhetadeira. Com isso, o cultivo mecanizado já é uma realidade”, ressalta Porto.
De acordo com o secretário, o trabalho é desenvolvido através de uma parceria com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). “Os maquinários foram cedidos em comodato para a Associação dos Cafeicultores do Pirapó, que faz o agendamento junto aos produtores”, explica, estimando que para 2020 a área cultivada deverá ter um crescimento de cerca de 15%.  “Os produtores interessados já podem fazer as inscrições para receberem as mudas no ano que vem, que são repassadas ao um valor subsidiado”, completa Porto.

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