A produção de leite é diretamente proporcional à quantidade e qualidade de alimento disponibilizado às vacas em lactação. Por isso, o produtor deve buscar alternativas de alimentação, especialmente para enfrentar períodos de geada e de seca como o atual. Aliado a isso, algumas técnicas de manejo devem ser seguidas, principalmente no tocante a pastagens, cercas, cochos, disponibilidade de água e combate a doenças. Essas foram algumas das orientações repassadas a produtores nesta terça-feira (06/08), no salão nobre da Prefeitura de Apucarana, durante a palestra “Alternativas de Alimentação e Manejo de Gado de Leite”.
A explanação foi feita pelo médico veterinário José Luiz Porto, superintendente da Secretaria Municipal de Agricultura e especialista em produção de ruminantes pela Universidade Federal de Lavras (Ufla). Além de produtores, o evento contou com a presença de alunos do Colégio Estadual Agrícola Manoel Ribas, do secretário municipal de Agricultura, João Carmo da Fonseca, do gerente do escritório local da Emater, Geraldo Maronezi, e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Apucarana, Benedito Aparecido de Oliveira.
Na abertura da palestra, o secretário de Agricultura lembrou que as dificuldades com alimentação aumentam neste período do ano, entre junho e outubro. “De acordo com estudos da Embrapa, o gado perde em média 200 gramas de peso por dia nesta época. Por isso, o produtor que não está preparado pode ter prejuízos ou até ter que se desfazer de alguns animais”, alerta.
O médico veterinário José Luiz Porto orienta que antes de comprar as matrizes é necessário verificar se há alimentação suficiente na propriedade. “O pasto tem um ciclo de vida, que dura em torno de 8 meses. Ele nasce, cresce, floresce, sementeia e morre”, explica, lembrando que o produtor deve também alimentar diariamente o gado leiteiro com o chamado volumoso, obtido a partir do processamento de cultivares como a cana, capim napier, sorgo, milho e aveia.
De acordo com o especialista, agregando-se pasto e volumoso, a vaca em lactação poderá ter uma produção igual em 300 dias do ano. “Caso contrário, a produção se mantém em 100 dias e depois cai bruscamente”, explica. Outra orientação é evitar que o animal faça grandes deslocamentos, tanto para beber água quanto para ter acesso a pastagens. “Outro cuidado importante é quanto ao manejo das pastagens. Quando atingirem 25 centímetros de altura, os animais devem ser retirados e a área entrar em período de descanso”, esclarece.
Porto afirma que a palestra buscou atingir especialmente os pequenos produtores, que tem normalmente entre 5 e 8 vacas em lactação, gerando uma produção que varia entre 30 e 100 litros de leite por dia. “Buscamos alertar sobre alguns erros que são comuns nas propriedades e conscientizar a respeito da necessidade alimentar do gado leiteiro, que precisa diariamente de pasto, volumoso, suplementos e de água de qualidade”, finaliza.