Os sindicatos empresariais que integram o Conselho Setorial da Indústria do Vestuário e Têxtil da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP) se reuniram ontem (5), em Curitiba, com prefeitos de municípios que abrigam os mais importantes polos do setor no Paraná. O objetivo do encontro foi abrir um diálogo para o debate de iniciativas conjuntas que podem ser implantadas pelos setores público e privado, focando no desenvolvimento do segmento e das cidades.

Com cerca de 6,4 mil empresas e 100 mil postos de trabalho, o segmento é o segundo que mais emprega na indústria do Estado, atrás apenas do setor de produtos alimentícios. Aproximadamente 46 mil desses trabalhadores atuam em empresas instaladas em 29 municípios, que recebem praticamente metade do montante de R$ 1,4 bilhão pago em salários anualmente.

Para o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, que participou da abertura do encontro, os números mostram a importância do setor têxtil e do vestuário para a economia desses municípios e do Paraná. Segundo ele, é fundamental garantir a manutenção e o crescimento da geração de empregos e renda nessas e em outras cidades. “O que estamos fazendo aqui é buscar soluções que contribuam para o desenvolvimento das indústrias do vestuário e dos municípios”, afirmou. “Temos que ter um olhar de longo prazo, precisamos de políticas públicas que possam dar segurança aos industriais que geram empregos e renda”, completou.

Campagnolo disse ainda que é essencial que, em nível nacional, sejam encontradas soluções para a guerra fiscal, que muitas vezes faz com que empresas do setor transfiram suas plantas industriais, comprometendo a economia dos municípios. “Temos a preocupação de tornar nosso ambiente de negócios mais favorável e competitivo. Defendemos uma política pública com justiça fiscal, para que outros atrativos segurem as empresas em seus locais”, declarou.

Apucarana lidera em vagas,mas informalidade preocupa

O prefeito de Apucarana, Beto Preto, que participou das discussões, se manifestou otimista com a iniciativa da FIEP. “Não só em relação à Apucarana, mas em todo o Paraná, é preciso acreditar e investir cada vez mais na profissionalização para seguir avançando, na geração de emprego e renda”, opinou.

Beto Preto diz que Apucarana segue líder na produção de bonés no Brasil e, com maior capacitação profissional, o segmento pode investir em marcas próprias. Ele destacou o excelente trabalho desenvolvido no APL de Bonés por empresários do setor, com apoio do Sebrae. “Com 8.424 trabalhadores empregados no setor de vestuário, somos líder de vagas no Paraná, mas ainda temos cerca de 22 mil trabalhadores na informalidade”, assinalou.

Durante o evento foram demonstrados serviços do Sesi, Senai e parcerias com o Pronatec. Apucarana foi destacada como referência em parcerias com o Senai no Paraná.

Os empresários Jaime Leonel (Sivale) e Antônio Darienzo (Sinditextil) também participaram do evento do Sesi em Curitiba.O evento reuniu prefeitos, vice-prefeitos ou secretários de onze municípios: Ampére, Apucarana, Cianorte, Flor da Serra do Sul, Guaporema, Londrina, Maringá, Munhoz de Melo, Nova Olímpia, Piraquara e Terra Roxa.

“Paraná pode crescer mais”, diz empresária

A empresária Luciana Bechara, coordenadora do Conselho Setorial da Indústria do Vestuário e Têxtil da Fiep, reforçou que o objetivo do encontro era aproximar o setor produtivo dos gestores municipais. “Não existe nenhuma cobrança por parte de nós empresários, mas queremos abrir um canal de diálogo”, explicou. Para ela, o Paraná tem potencial para alavancar ainda mais o setor têxtil e do vestuário, mas para isso precisa de união de esforços públicos e privados. Como exemplo de que essa mobilização pode dar resultado, Luciana cita o caso da Turquia. “Há 12 anos, a Turquia não representava nada no setor do vestuário. Era um país em crise, com altos impostos e altos encargos trabalhistas. Uma aliança de governança entre poder público, empresários, instituições de ensino e entidades representativas possibilitou uma grande evolução e , há dois anos, o país era o segundo maior exportador de vestuário do mundo, só atrás da China. Isso mostra que é possível”, afirmou.

Confira números dos 4 principaispolos de vestuário do Paraná:

Número de trabalhadores

Cianorte – 6.425

Apucarana – 8.424

Londrina – 7.252

Maringá – 6.828

Renda anual

Cianorte – R$ 117.657.477,60

Apucarana – R$ 116.867.844,60

Londrina – R$ 113.030.529,43

Maringá – R$ 112.767.234,84

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