Em reunião nesta sexta-feira (21/08) na sede da Federação da Indústria do Estado do Paraná, (FIEP) em Curitiba, com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, a senadora Gleise Hoffmann, a vice-governadora Cida Borghetti, deputados estaduais e federais, e prefeitos das regiões norte, noroeste e Vale do Ivaí foram apresentados os Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) do traçado da Ferrovia Norte-Sul.

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No encontro os prefeitos do Vale do Ivaí, Região Metropolitana de Apucarana, e Maringá foram representados pelo prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff na apresentação da reivindicação do traçado da ferrovia passando por estas regiões. Apucarana foi representada pelo prefeito Beto Preto e pelo vice Sebastião Ferreira Martins Junior.

Os prefeitos estão unidos nesta luta, para que a ferrovia não seja desviado de Panorama-SP para Maracaju-MS, Guaíra-PR e Cascavel- PR, seguindo depois para Chapecó-SC e Rio Grande do Sul deixando de lado o norte do estado. “Entendemos estar amparados, inclusive tecnicamente, pois nossa região é a melhor alternativa. Temos um conjunto de variáveis, como viabilidade econômica, topografia, produção agrícola rica, e outras que demonstram nossa condição”, argumentou Alexandre Kireeff.

O vice-presidente da FIEP, Osmar Ceolim Alves também saiu em defesa da região norte paranaense solicitando ao ministro dos Transportes que leve em consideração as características estruturais e econômicas. “No traçado por Londrina, Apucarana e Maringá é preciso levar em conta a existência de uma ferrovia, que já existe e pode ser utilizada com trilhos paralelos, o que baratearia o investimento. Sem falar que o PIB (Produto Interno Bruto) desta região é 20 vezes maior do que o da outra região. Gostaríamos que seja levado em consideração”, disse ele.

No Paraná, a Ferrovia Norte-Sul deve ter um traçado de 700 km a um custo estimado de R$ 6 milhões por km. A ferrovia que já é operacionalizada em estados do Norte e Centro-Oeste do País, tem bitola de 1,60m e os comboios podem trafegar a um velocidade de até 80km por hora. O ministro dos Transportes tranquilizou os prefeitos ao afirmar que esta é a primeira parte prática das viabilidades levantadas.

“Quero deixar claro que estamos apresentando o primeiro estudo que temos. É uma simulação do que pode acontecer. Temos dificuldades (financeiras) de viabilizar isto no momento, mas eu não poderia deixar de apresentar este embrião”, relatou Antônio Carlos Rodrigues.

Outra necessidade para a execução da obra é a participação da iniciativa privada. O Governo Federal pretende trazer investidores para que o custo seja dividido. “Sabemos que para fazer o traçado vai ser necessário a participação público-privado, porque o investimento em ferrovia é muito caro, não tem como o Estado, ou a União fazer isso sozinho. Para viabilizar o Plano de Manifestação de Interesse precisamos saber quais sãos investidores que demonstrem vontade em participas”, disse a senadora.

As afirmações apresentadas foram satisfatórias e deixaram mais tranquilos os prefeitos da região. Segundo o prefeito de Apucarana, Beto Preto, esta é uma discussão que deve envolver todos os representantes políticos e empresariais do Paraná, conforme ficou demonstrado na reunião. A viabilidade econômica da nossa região existe e este traçado vai ser muito importante para nós. É preciso desenvolver economicamente a região do Vale do Ivaí e estes municípios do centro-norte paranaense. Esta é a nossa luta”, defendeu Beto Preto.

Para a FIEP, apesar de o Brasil enfrentar uma situação adversa para a economia é preciso que o setor empresarial não pare, e a Ferrovia Norte Sul pode potencializar o Estado. “No momento de crise é justamente o momento de falarmos nisso, buscando soluções para investimentos que impulsionem a economia e escapemos das dificuldades. Temos que fazer a nossa parte e cobrar dos nossos representantes sua atuação”, disse Edson Campagnolo, presidente da FIEP.

Mobilização começou em 2012

A passagem
do traçado da Ferrovia Norte Sul pela região foi encabeçado pelo prefeito Beto Preto e seu vice, Junior da Femac que, desde outubro de 2012, eles já estavam engajados nesta mobilização regional. O trabalho começou no âmbito de reuniões da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), em Curitiba. Na época, a entidade reunia lideranças empresariais e bancada parlamentar paranaense, para definir as prioridades do Estado nos próximos anos. “O ministro cumpriu com sua palavra e apresentou o estudo no prazo que estimou. Esta ferrovia vai ser um grande corredor de proteínas vegetal e animal, por isso tenho certeza que se fatiarmos um pouco os eixos da ferrovia vamos conseguir os investidores”, ponderou o vice-prefeito Sebastião Ferreira Martins Junior.

O deputado Federal João Arruda lembrou que a reunião de ontem marca a etapa inicial, e que a bancada federal paranaense, contando com a ajuda da senadora Gleise Hoffmann e da outras forças políticas direcionando suas emendas de bancada para garantir recursos para a execução, no momento adequado do projeto técnico da ferrovia no Paraná.

Ao mesmo tempo não foi descartado também pelo ministro dos Transportes a possibilidade da implantação do trem de passageiros Pé Vermelho, no norte. “É um traçado relativamente curto, e não inviável”, disse Antônio Carlos Rodrigues.

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