Apucarana tem pedidos de poda de árvores e de abates protocolados desde 2008 e que até agora não haviam sido atendidos. Ao todo, são 703 solicitações represadas nestes últimos quatro anos. Para acabar com este passivo, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente iniciou nesta quarta-feira (3 de julho) um mutirão de serviços. A cidade foi divida em quatro grandes setores e o trabalho começou pela região do Núcleo Habitacional João Paulo. A previsão é que o mutirão dure entre 60 e 90 dias.

O prefeito de Apucarana, Beto Preto, ressalta que o trabalho de poda que já vem sendo desenvolvido pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos continuará normalmente e que a nova frente é específica para atender às solicitações represadas. “Cada um dos 703 pedidos foi identificado no mapa urbano de Apucarana. Enquanto uma equipe faz a revisão dos protocolos, reavaliando a viabilidade do pedido, outra já sai a campo para a execução do serviço solicitado”, explica.

De acordo com o prefeito de Apucarana, a nova frente é formada por sete operários e três técnicos ambientais. “Reiteramos que, no caso da poda, trata-se de um procedimento técnico, acompanhada por funcionários formados nesta área. Além de atender a quem está esperando por tanto pelo serviço, o objetivo é evitar riscos de acidentes, danos ao patrimônio, melhorar a iluminação pública e, por consequência, a segurança das pessoas”, ressalta.

Conforme Itamar Gomes de Oliveira, secretário municipal de Meio Ambiente, dois caminhões estão sendo utilizados no mutirão, um adaptado para a poda de árvores e outro destinado ao recolhimento dos galhos. “Começamos a atender o setor que conta com o maior número de pedidos, que abrange as regiões do João Paulo, Jardim Interlados, Jardim Menegazzo, Osmar Guaracy Freire, Jardim Iguatemi, Jardim Eldorado, Vila Formosa e Vila São Carlos”, enumera, prevendo que os trabalhos para atender os cerca de 300 pedidos oriundos desta região da cidade devem durar em torno de 20 dias.

PODA TÉCNICA – Todo o trabalho está sendo supervisionado pelo superintendente de Meio Ambiente, Éwerton Pires, que também é geógrafo, especialista em direito ambiental, mestre em geografia, meio ambiente e desenvolvimento e doutorando em geografia e análise ambiental. De acordo com ele, o marco legal é a lei municipal 3695, que atribui à Secretaria Municipal de Meio Ambiente a emissão de pareceres para a execução de podas e abates de árvores.

No tocante ao corte de galhos, Pires ressalta que o procedimento executado é uma poda técnica do tipo educativa, que permite o direcionamento do crescimento, mantendo o equilíbrio da árvore. “Não fazemos poda radical de espécie alguma e não retiramos mais do que 50% do volume verde das árvores, buscando manter o equilíbrio com a retirada do mesmo volume de massa em ambos os lados da árvore”, esclarece. Ainda de acordo com o especialista, outro cuidado tomado é quanto à inclinação do corte, para que após o “necrosamento” o local não acumule água e não se transforme em criadouro do mosquito transmissor da dengue.

Conforme Pires, cerca de 60% dos 703 pedidos protocolados são para o abate de árvores. Entretanto, somente 10% desse montante acaba recebendo parecer favorável, em casos que ofereçam risco iminente à população ou ao patrimônio. “Infelizmente, a arborização em Apucarana não foi planejada. Existem árvores inadequadas em locais inadequados, o que gera conflitos com a iluminação pública, fiação elétrica, sinalização viária, edificações e redes subterrâneas, que são as galerias pluviais e redes de esgoto e abastecimento de água”, finaliza, lembrando que a cada mês são registrados entre 50 e 60 novos pedidos para abate ou poda de árvores.

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