A Autarquia Municipal de Educação (AME), através da Escola João Antônio Braga Côrtes, celebrou nesta segunda-feira (30/09) os dias nacional e internacional de Lutas pelos Direitos dos Surdos (26 e 30 de setembro, respectivamente). Apresentações artísticas, depoimentos e uma passeata de conscientização foram realizados.

A Escola João Antônio Braga Côrtes, localizada na Vila Formosa, atende hoje a 17 estudantes surdos, por meio de uma sala de recursos multifuncional especializada na área. “Nessa classe, eles assistem a aulas de língua portuguesa escrita e também da linguagem brasileira de sinais (Libras)”, explica a professora Sílvia Dorotéia Colombo. Cada aluno frequenta a sala pelo menos duas vezes por semana, divididos em pequenas turmas de acordo com suas idades e níveis de aprendizado. Nos outros dias, eles encontram-se inseridos no ensino regular.

A coordenadora da AME para a Educação Especial, professora Angela Martins, ainda explica que a Escola João Antonio Braga Côrtes não contempla somente a alunos da rede municipal. “Dos 17 estudantes atendidos, dez são provenientes de colégios estaduais e os outros sete das nossas escolas Vida Nova (Caic), Senador Marcos de Barros Freire, Augusto Weyand, da própria Braga Côrtes e da Educação de Jovens e Adultos (EJA)”, detalha ela, acrescentando que os surdos também são acompanhados por intérpretes de apoio nas salas regulares.

Na tarde de ontem, todos na João Antônio Braga Côrtes vestiram-se de azul para saudar os surdos, cor escolhida por representar um mar de palavras, e diversos alunos também os homenagearam com seus depoimentos. “Eu acho errado o bullying praticado contra eles porque eles não nasceram assim porque queriam. E as libras são a forma que os surdos têm de se comunicarem com a gente”, declarou, por exemplo, a aluna Milena, do 5º ano.

Na sequência, os presentes ainda assistiram a uma apresentação da fanfarra da APAE de Apucarana e depois saíram em passeata pelas ruas do bairro, distribuindo panfletos explicativos sobre o dia dos surdos e a linguagem brasileira de sinais. “Os surdos não podem escutar os sons dos instrumentos, mas sentem a sua vibração”, disse a gestora escolar Edna Mansano, justificando a presença do grupo musical.

A diretora-presidente da AME, professora Marli Regina Fernandes da Silva, que acompanhou o evento, destaca os esforços do município para a construção de escolas inclusivas. “O número de crianças com necessidades especiais de aprendizado tem aumentado e, a cada caso, o nosso olhar precisa ser específico. Os alunos surdos, com baixa visão ou outras deficiências também tem direito a educação de qualidade e é isso que a Autarquia tem buscado proporcionar”, afirmou.

Libras nas escolas

Desde o início do ano, a AME conta com uma professora surda em seu quadro de servidores. Contratada por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS), Nayara Cavalini desenvolve o projeto “Libras nas escolas” em quatro instituições municipais que atendem a alunos surdos: João Antonio Braga Côrtes, Vida Nova (Caic), Senador Marcos de Barros Freire e Augusto Weyand.

O projeto prevê o ensino da Linguagem Brasileira de Sinais a todos os estudantes dessas escolas. “É preciso que os demais também conheçam a Libras para que os surdos possam se comunicar com os ouvintes e sejam efetivamente inseridos no ambiente”, disse a coordenadora da Educação Especial, Angela Martins.

E as aulas de Libras contam com a aprovação das turmas. “É muito legal a gente aprender porque, a qualquer dia, na nossa casa ou escola, alguém pode ficar surdo. Então, a gente já saberá falar com eles”, disse Ana Beatriz, do 5º ano B da Escola Municipal João Antônio Braga Côrtes.

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