A Prefeitura de Apucarana, através da Fundação Cultural e Turismo, Teatro Guaíra, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultural, e 33º Festival de Música de Londrina, trazem para Apucarana a Orquestra Sinfônica do Estado do Paraná (OSP). O concerto será às 20 horas deste dia 12 de julho, no Cine Teatro Fênix. “Os ingressos, gratuitos, já estão disponíveis para retirada no local”, informa Edinei Mansano, diretor-presidente da Fundação. O roteiro da OSP pelo Norte do Paraná dentro da temporada 2013 também contempla apresentações em outras cidades. “Nossa equipe vem trabalhando muito para fomentar plateias através da promoção de espetáculos de alto nível. Apucarana fica lisonjeada com a visita da OSP e certamente, como sempre, o concerto será recorde de público e crítica”, comenta o prefeito Beto Preto (PT).

Na programação, sob a regência do maestro titular, Osvaldo Ferreira, vão estar obras de Edmundo Villani Côrtes – Cinco miniaturas Brasileiras, Beethoven – Concerto nº 4 para piano e Orquestra Beethoven, e Sinfonia nº4 Piano Solo de Marco Antônio Almeida. A duração estimada da apresentação é de 90 minutos. “A presença do médico e pianista Marco Antônio é um momento histórico. Há muito anos ele dá aulas na Alemanha e é considerado um dos melhores pianistas do mundo, além de ser o diretor artístico do festival em Londrina”, destaca Orisvaldo César, diretor Artístico e de Projetos da Fundação. Ele frisa que mais detalhes sobre o repertório do concerto e sobre os autores podem ser obtidos no portal www.apucarana.pr.gov.br ou diretamente na Fundação Cultural, pelo 3423-2944.

A orquestra – Desde 28 de maio de 1985, a OSP vem apresentando uma história de talento e dedicação à música. Teve Alceo Bocchino e Osvaldo Colarusso como primeiros maestros titular e assistente, respectivamente. Iniciou seus trabalhos com 61 músicos selecionados através de concurso nacional.

Hoje contabiliza mais de 500 apresentações dentro e fora do Estado. Teve à sua frente grandes maestros brasileiros e solistas de renome. Realizou várias óperas e acompanhou o Balé Teatro Guaíra em várias produções. Atualmente, o Diretor Artístico e Maestro Titular é Osvaldo Ferreira, que deu início a uma nova fase que prevê a construção de uma nova identidade sonora, a interação com outras áreas artísticas e a valorização dos artistas nacionais.

PROGRAMA DO CONCERTO

VILLANI-CÔRTES, EDMUNDO
CINCO MINIATURAS BRASILEIRAS

BEETHOVEN, LUDWIG VAN
CONCERTO Nº4 PARA PIANO E ORQUESTRA

1. Allegro moderato
2. Andante con moto
3. Rondo Vivace

PIANO SOLO: MARCO ANTONIO DE ALMEIDA

BEETHOVEN, LUDWIG VAN
SINFONIA Nº4 EM SI BEMOL MAIOR, OP. 60

1. Adagio – Allegro vivace
2. Adagio
3. Menuetto, Allegro vivace
4. Allegro ma non troppo

Duração 90’

ORQUESTRA SINFÔNICA DO PARANÁ
MAESTRO: OSVALDO FERREIRA

EDMUNDO VILLANI-CÔRTES (1930)

Nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais. Edmundo começou a tocar cavaquinho observando seu irmão tocar violão: afinava o cavaquinho como as últimas cordas do violão e tocava tudo reduzido. Nesta época ele tinha entre 8 e 9 anos de idade. Suas principais influências musicais vieram, em princípio, por meio do rádio, que felizmente, naquela época, não era dominado pelos interesses comerciais. O cinema também apresentava muitos filmes musicais, revivendo compositores como Chopin, Liszt, Mozart, Puccini, Gershwin, entre outros. Sempre teve uma certa inclinação para pesquisar sons nos instrumentos e também para analisar as peças que executava. A partir daí iniciou suas primeiras experiências composicionais. Chegou um momento em que as peças tornaram-se muito difíceis (obras para piano, peças orquestrais, etc.) e ele não conseguia mais tocá-las no violão. Nessa ocasião, iniciou seus estudos de piano. Seu professor era bastante tradicional e rigoroso. Quando percebeu que seu aluno gostava de “tirar” peças de ouvido, negou-se a continuar com as aulas. Edmundo, então, comprou os métodos de teoria, estudou sozinho e foi para o Rio de Janeiro, onde fez exame para o sétimo ano de piano, agora com 22 anos. Completou o curso oficial de piano e matérias teóricas no Conservatório Brasileiro de Música. Paralelamente atuava em casas noturnas e participava da Orquestra da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, sob a regência do maestro e arranjador Orlando Costa (Cipó). Retornou em 1954 a Juiz de Fora, onde estreou seu primeiro Concerto para piano e orquestra, com a filarmônica local regida pelo maestro Max Gifter. De 1954 a 1959, residiu em Juiz de Fora, onde bacharelou-se em Direito e foi diretor, durante dois anos, do Conservatório Estadual de Música de Juiz de Fora. De 1960 a 1963, aperfeiçoou-se em piano com José Kliass. Transferindo-se para São Paulo, estudou composição com Camargo Guarnieri durante algum tempo. Atuou nesse período como pianista nas orquestras de Osmar Millani e Luiz Arruda Paes. Trabalhou também como arranjador em trilhas e jingles. A partir de 1970, passou a integrar a orquestra da extinta TV Tupi (como pianista e arranjador), chegando a realizar mais de mil arranjos das mais variadas espécies e todos destinados à música popular. Infelizmente grande parte desses arranjos perdeu-se após a bancarrota que veio sofrer a TV Tupi. ??Participou de shows internacionais como pianista, acompanhando cantores como Maísa e Altemar Dutra. A partir de 1973, ficou responsável pela cadeira de música funcional da Academia Paulista de Música. Fez arranjos e composições para o filme O Matador, de Amaro César e Egídio Écio (1968). Em 1975 passou a lecionar arranjos e improvisação na Academia Paulista de Música a convite do maestro Bernardo Federowski. Neste período iniciou uma série de apresentações como regente de conjuntos de câmara e como pianista, apresentando composições de sua autoria. Em 1978, época em que estudava Composição com H. J. Koellreutter, foi vencedor do concurso “Noneto de Munique”, patrocinado pelo Instituto Goethe do Brasil. A peça chamava-se Noneto (para dois violinos, viola, cello, contrabaixo, trompa, oboé, clarinete e fagote) e permanece inédita. Em 1981, foi vencedor da Feira Livre de MPB, patrocinada pela TV Cultura, e escolhido como regente, arranjador, autor e compositor para representar o Brasil no décimo festival da OTI, realizado na cidade do México. Em 1982, foi convidado a lecionar Contraponto e Composição no Instituto de Artes da UNESP. Em 1985, iniciou seus trabalhos do Mestrado de Composição da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1986, foi vencedor do concurso de composição patrocinado pela Editora Cultura Musical, tendo obtido o primeiro lugar com a peça para violão Choro Pretensioso, e segundo lugar com a peça para piano solo Ritmata nº 1. Em março de 1988, apresentou sua tese de mestrado: O uso do sintetizador na composição musical de um Concertante para clarineta, sintetizador, piano acústico e percussão, tendo obtido da banca a nota máxima. Nos anos de 1988, 89, 90 e 91, trabalhou na ilustração musical do programa “Jô Soares onze e meia”, no SBT. Realizou trabalhos de organização e seleção dos componentes da Orquestra de Jazz Sinfônica, junto ao maestro Ciro Pereira, tendo, em agosto de 1990, apresentado no Memorial da América Latina a peça Caetê Jururê, como regente da orquestra. Em 1990, recebeu o prêmio dos “Melhores de 1989”, conferido pela A.P.C.A. (Associação Paulista de Críticos de Arte), por sua apresentação do “Ciclo Cecília Meireles”, considerada a melhor composição er
udita vocal do ano. Nos anos de 1990 e 1991, atuou como regente da orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo, apresentando-se nos teatros: Municipal de Santos, Procópio Ferreira, Cláudio Santoro, entre outros. Nos anos de 1992, 93, 94 e 95, foi convidado a participar como professor de arranjo, improvisação e orquestração do Festival de Inverno de Campos do Jordão. Em 1992, foi escolhido pela Escola de Música Arte Livre como compositor do ano, homenageado por meio de inúmeros recitais com obras de sua autoria. No ano de 1993, por ocasião da comemoração do centenário de nascimento do poeta Mário de Andrade, foi vencedor do concurso promovido pela prefeitura de São Paulo, com a composição Rua Aurora, baseda em texto do poeta. Em 31 de maio de 1994, foi-lhe conferida pela Prefeitura do município de Juiz de Fora a “Comenda Henrique Halfeld”. Em 1995, sua obra Postais Paulistanos foi premiada pela A.P.C.A. como a melhor peça Sinfônico-Coral. Em 1996, sua peça Chorando (para contrabaixo e piano) obteve 3º lugar no II Concurso Nacional de Composição para Contrabaixo, promovido pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. ??No dia 30 de maio de 1998, defendeu sua tese de Doutorado no Departamento de Música do Instituto de Artes da UNESP, intitulada “A utilidade da prática da improvisação e a sua presença no trabalho composicional do Concertante Breve para quinteto e Banda Sinfônica de Edmundo Villani-Côrtes”. Ainda nesse ano, foi premiado pela A.P.C.A. com o Concerto para vibrafone e orquestra, considerado a melhor peça experimental. Compôs também o Concerto para flauta e orquestra, estreado em 8 de abril de 2000, em Londres, pela orquestra do Convent Garden, e que foi encomendado pelo flautista brasileiro Marcelo Barbosa. Compôs também um Te Deum, em comemoração aos 150 anos da cidade de Juiz de Fora.

Cinco Miniaturas Brasileiras para orquestra de cordas

As Cinco Miniaturas Brasileiras foram compostas originalmente para orquestra de cordas e depois de seu imenso sucesso recebeu versões do próprio autor para outros instrumentos e uma orquestração para orquestra clássica de J. M. Galindo que é a versão que ouviremos hoje.

A primeira miniatura é um prelúdio que lembra uma moda cantada acompanhada ao violão, representado pelo pizzicato das cordas. Segue-se a toada uma canção que parece ambientada no interior do Brasil com uma bela melodia que pode nos remeter a um belo por de sol. O choro na melhor tradição dessa forma popular mostra uma melodia alegre e com um movimento característico. A canção de ninar que nesta versão foi mantida somente com as cordas é uma das mais belas criações de Villani-Cortes. Com um belo solo de violino podemos imaginar um bebe dormindo tranqüilo sob o som dessa canção. O compositor termina o ciclo com um gostoso e alegre baião.

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Beethoven foi batizado em 17 de dezembro de 1770, tendo nascido presumivelmente no dia anterior, na Renânia do Norte (Alemanha). Sua família era de origem flamenga, cujo sobrenome significava horta de beterrabas e no qual a partícula van não indicava nobreza alguma. Seu avô, Lodewijk van Beethoven, de quem herdou o nome, nasceu na Antuérpia em 1712, e emigrou para Bonn, onde foi maestro de capela do príncipe eleitor. Descendia de artistas, pintores e escultores, era músico e foi nomeado regente da Capela Arquiepiscopal na corte da cidade de Köln. Na mesma capela, seu filho, o pai de Ludwig, era tenor e também lecionava. Foi dele que Beethoven recebeu as suas primeiras lições de música, o qual o pretendeu afirmar como menino prodígio ao piano, tal seria a facilidade demonstrada desde muito cedo para tal. Por isso o obrigava a estudar música todos os dias, durante muitas horas, desde os cinco anos de idade. É considerado um dos pilares da música ocidental, pelo incontestável desenvolvimento, tanto da linguagem, como do conteúdo musical demonstrado nas suas obras, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos. Nunca teve estudos muito aprofundados, mas sempre revelou um talento excepcional para a música. Com apenas oito anos de idade, foi confiado a Chistian Gottlob Neefe (1748-1798), que lhe deu uma formação musical sistemática, e lhe deu a conhecer os grandes mestres alemães da música. Numa carta de Neefe publicada em 1780, afirmava que seu discípulo, de dez anos, dominava todo o repertório de Bach, e que o apresentava como um segundo Mozart. Compôs as suas primeiras peças aos onze anos de idade. Com 21 anos de idade, muda-se para Viena onde, permanecerá para o resto da vida. Foi imediatamente aceito como aluno por Haydn, Antonio Salieri, com Foerster e Albrechtsberger, que era maestro de capela na Catedral de Santo Estêvão. Tornou-se então um pianista virtuoso chamando a atenção de todos e especialmente da aristocracia. Começou a publicar as suas obras em 1793. O seu Opus 1 é uma coleção de 3 Trios para piano, violino e violoncelo, seguindo-se três sonatas para piano, Op. 2. Aos 26 anos (1796) foi diagnosticado uma congestão dos centros auditivos internos, o que lhe transtornou bastante o espírito, levando-o a isolar-se e a grandes depressões até que 46 anos de idade (1816), estava praticamente surdo. Essa condição não o impediu de escrever suas melhores obras, como a 9° Sinfonia, Missa Solemnis, e os últimos quartetos, entre outras.

Concerto para piano nº 4, op. 58, em sol maior

Beethoven compôs este concerto em um período em que a sua reputação como compositor de música sinfônica e vocal começava a correr solta pela Europa. Particularmente, os anos de 1805 até 1808 são de uma incrível fertilidade: Beethoven completou a série dos quartetos dedicados ao conde Razumovsky, a Sonata nº 23, op. 57 (“Appassionata”), o Concerto para Violino, as Sinfonias nº 4 e 5, além desse Concerto para Piano nº 4. O otimismo surgia após as tormentas e incertezas dos anos anteriores, época onde constatara a irreversibilidade do processo de surdez.

Esse segundo período da produção de Beethoven, que se estende de 1803 até 1812, é marcado pelo ímpeto da renovação estilística, desencadeado pela composição da Sinfonia nº 3 (1803), verdadeiro divisor de águas da música ocidental. Durante esses anos, Beethoven também manteve um interesse constante pelas referências extra-musicais, prova disso é a composição do oratório Cristo no Monte das Oliveiras, além de uma série de aberturas para músicas dramáticas, Coriolano, Fidélio e Leonora I.

No plano que nos interessa, o Concerto para Piano nº 4 representa o pleno estabelecimento de uma nova estética dentro da literatura de concerto. O piano é tocado de modo inusitado, livre, ziguezagueando em improvisações aparentemente avulsas do rigor formal. Na verdade, essa riqueza de elaboração conota um novo tratamento da estrutura formal, algo que já se vislumbrava nas suas sinfonias. Há uma mudança definitiva em relação ao concerto do século XVIII. Notemos a maneira com que o tema principal do primeiro movimento é exposto: uma melodia de notas repetidas e alijada de qualquer introdução. Toda a música que se segue, explora, com eloquência a dualidade de caráter dos temas, entre o cândido e terno, por um lado, e o impulso agressivo, por outro; contraposição essa tão cara à música de Beethoven.

Sinfonia no. 4 em si bemol maior, Op. 60

Escrita no verão de 1806 quando hospedado no castelo dos Brunswick localizado em Martonvasar na Hungria, o que leva a comentários, que esta sinfonia teria sido inspirada por sua paixão por Maria Tereza Brunswick. Na ocasião Beethoven passeava com Maria Tereza, muito inteligente e possuidora de fina sensibilidade, despertando em Beethoven o desejo de lhe fazer confidenci
as. Na ocasião, Beethoven recebeu de Maria Tereza um retrato autografado, que o guardou por toda a vida.

Dedicada ao conde Oppersdorf foi apresentada pela primeira vez em março de 1807 em Viena no castelo do príncipe Lobkowitz, em benefício do maestro, recebendo grande acolhida do principado e seus convidados e em posteriores apresentações do grande público. No programa ainda constava a abertura Coriolano.

Este ano de 1806, foi um ano muito fecundo para Beethoven, ele escreveu os três concertos, op 59, a quarta sinfonia, op. 60, o concerto para violino, op. 61 e concluiu a sonata op. 57, embora esta última obra tenha sido iniciada alguns anos antes.

Desta sinfonia não se encontraram habituais esboços preparatórios, o que leva a algumas perguntas: primeiro esses esboços foram perdidos, ou isso leva a supor que esta obra teria sido escrita de uma só vez?

Esta sinfonia, comparada com as sinfonias anteriores, revela maior maturidade e indiscutivelmente possui os primeiros princípios do romantismo, demonstrado especialmente em seu Adágio.

A sinfonia está dividida em quatro movimentos, sendo que o primeiro inicia com a habitual e longa introdução em movimento lento – Adágio – passando ao Allegro vivace. Na introdução ouve-se um longo pedal promovido pelas madeiras e trompas sobre a nota da tonalidade – si bemol – como que afirmando a tonalidade da obra, já as cordas desenvolvem alguns acordes em pianíssimo, prosseguindo os primeiros violinos com breves comentários em notas curtas, voltando ao tema principal com as mesmas características iniciais. O tutti final da introdução é preparado pela insistente nota la das flautas, clarinetes e fagotes, tutti este que já antecipa os primeiros compassos do allegro vivace que se apresenta com uma caráter explosivo e alegre. Esta parte do movimento é caracterizado por dois temas que se opõem por suas características, o primeiro exposto em notas em staccato e o segundo por notas sincopadas apresentadas pelos instrumentos de madeira. Após um vigoroso tutti surge uma nova fase em forma de canone apresentado pelo clarinete e fagote.

Vale destacar a o uso do tímpano, até agora utilizado de forma parcimoniosa por Beethoven, caracterizado pelo longo tremulo e sempre em pp.

O segundo movimento, é um Adágio em mi bemol maior. “ultrapassa tudo o que a mais viva imaginação poderá jamais sonhar em ternura e pura volúpia” Hector Berlioz. Os segundos violinos iniciam com um acompanhamento rítmico sugerindo um pulso constante que paira por todo o movimento como um ostinato. O tema principal surge nos primeiros violinos a partir do segundo compasso. O tutti repete o ritmos inicial em forte passando o tema para as flautas, clarinetes e fagotes, alternando-se assim com um segundo tema. A figura rítmica do início do movimento continua servindo de pano de fundo nas diversas aparições que se sucedem por quase todos os instrumentos, inclusive no tímpano, quase que imprimindo um caráter de estribilho. Por outra parte, Beethoven utiliza do recurso da variação.

O terceiro movimento é um Allegro vivace, que é um Scherzo duplo, embora não apareça essa indicação na partitura, combinado com dois trios, um pouco menos movido, indicado na partitura por un poço meno Allegro – um dos primeiros exemplos de duplicação do trio, inovação esta adotada por compositores posteriores a Beethoven. O movimento é assim disposto: Scherzo, trio, Scherzo, trio, Scherzo, por esse motivo duplicam-se as proporções do movimento. Embora esse movimento não possui uma característica tão interessante quanto outros do compositor, no entanto, possui uma característica interessante, o deslocamento do ritmo ternário para uma acentuação binária, posteriormente utilizado por Schumann, Brahms entre outros.

O quarto e último movimento, um Allegro ma non troppo, é construído na forma sonata e com caráter de Rondo. O arabesco ornamental do início, formado pelas quatro primeiras notas ouvidas, torna-se o impulso de fundo, quase com um aspecto de motuo perpetuo, para todo o movimento. Esse arabesco é parte integrante do primeiro tema que é logo ouvido por todas as cordas, concluído em vigorosos acordes por toda a orquestra. O segundo tema é repartido, inicialmente apresentado pelo primeiro violino seguido pela flauta, clarinete e fagote.

A Coda está baseada no primeiro tema combinada nas cordas graves com os arabescos do início do movimento.

Osvaldo Ferreira – Maestro

Osvaldo Ferreira, é o diretor musical e regente titular da Orquestra Sinfônica do Paraná, e diretor da Oficina de Música de Curitiba, desde 2009.

Em Portugal, foi diretor artístico da Orquestra do Algarve, diretor artístico do Festival Internacional de Música do Algarve, diretor e administrador do Teatro Municipal do Faro. Gravou varios CDs com obras de autores portugueses para a Editora Numerica e um CD duplo com Sinfonias de Mozart. Com a Orquestra do Algarve, apresentou-se em Viena, Bruxelas, Lisboa, Sevilha, Porto, Curitiba e Londres.

O seu percurso artistico, inclui cerca de 600 concertos, cerca de 60 apresentaçoes de operas e bailados e ainda a integral das Missas e Requiem de Mozart em 2007. A sua ligação com a música contemporânea é um dos aspectos mais importantes do seu trabalho, destacando-se a apresentação de estreias e primeiras audições de obras de alguns dos mais importantes compositores da atualidade, tais como, Krzysztof Penderecki, Lera Auerbach, Jean-Luc Ponty, Bernardo Sasseti, Hans Rosenschoon, George Ligeti, entre outros.

Maestro convidado regular em Portugal, Rússia, União Européia, Brasil, África do Sul e EUA, gravou para a RTP, TVeducativa do Parana, RDP e Editora Numérica, destacando-se o seu trabalho em orquestras como Sinfonica de Roma, Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfonica Brasileira, Orquestra de Camera de Praga, Orquestra Filarmonica de Lodz, Orquestra Filarmonica da Silesia, Orquestra Nacional do Porto, Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Orquestra Filarmonica de S. Petersburgo, Mozarteum de S. Petersburgo, Orquestra do Teatro Nacional S. Carlos, Orquestra do Teatro Olimpico de Vicenza, Orquestra da Extremadura de Espanha, North Shore Orchestra em Chicago e Orquestra do Festival de Aspen, nos Estados Unidos.

Realizou Mestrado em direção de orquestra em Chicago e pós-graduação no Conservatório de São Petersburgo, na classe de Ilya Mussin. Laureado em 1999 no Concurso Sergei Prokofiev, na Rússia. Recebeu o “Fellowship” do Aspen Music Festival nos EUA, onde freqüentou a American Conductors Academy. Foi assistente de Claudio Abbado em Salzburgo. Estudou ainda com Jorma Panula e David Zinman e foi bolsista do Ministério da Cultura de Portugal e da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa.

Marco Antonio de Almeida – Pianista

Nascido em Londrina, Paraná, iniciou seus estudos com sua irmã, Terezinha de Almeida Penna, graduando-se posteriormente na Faculdade de Música “Mãe de Deus”.Após trabalhar vários anos com o pianista Gilberto Tinetti e terminar seus estudos de Medicina, transferiu-se para a Alemanha como bolsista do DAAD (Deutscher Akademischer Austauschdienst), onde completou seus estudos de pós-graduação na “Escola Superior de Música e Teatro de Hamburgo” sob a orientação de Yara Bernette. Frequentou cursos com mestres de renome internacional, entre os quais: Magda Tagliaferro, Paul Badura Skoda, Christoph Eschenbach, Nikita Magaloff, Elgin Roth, Fausto Zadra e Carlo Zecchi.

Além de prêmios nacionais – Concurso Nacional do Paraná e Jovens Solistas do Rio de Janeiro – foi também laureado em concursos internacionais: “Concurs
o de Piano de Covilhã” (Portugal), “Concurso de Piano Viotti” (Itália) e “Concurso de Piano Gina Bachauer” (USA).

Como intérprete de Mozart tem se apresentado nos mais importantes festivais alemães: “Würzburger Mozartfest”, “Kissinger Sommer”, “Klavierfestival Ruhr”, “Schleswig Holstein Musikfestival” e “Schwetzinger Festspiele” tendo gravado em CD o citado compositor com a “Orquestra de Câmara Filarmônica de Berlim”.

Entre seus companheiros de música de câmara salientamos entre outros Antonio Menezes, a oboísta americana Anne Leek, o Quarteto de Cordas de São Paulo e o Quinteto de Sopros de Moscou.

Dedica especial atenção à divulgação da música brasileira no exterior, destacando-se a gravação em CD de peças de Ernesto Nazareth na Alemanha , e a primeira gravação (após Villa-Lobos) do “Choros N° 11” para piano e orquestra realizada na Suécia. Enfatiza a importância da participação de artistas de sua geração no repertório contemporâneo, participando da primeira audição de obras de Benjamin Britten, na Alemanha, e da execução de peças ainda não publicadas de Paul Hindemith.

Foi convidado a acompanhar os Presidentes da Alemanha, Richard von Weizsäcker e Roman Herzog, em viagem cultural ao Canadá (1990) e Brasil (1995), respectivamente.

Fundador do “Festival de Música de Cascavel”, Paraná, foi de 1990 a 1994 Diretor Artístico do “Festival de Música de Londrina”, como também professor do 26° e 27° “Festival de Inverno de Campos de Jordão”(95 e 96) e do Festival de Música de Camara da Paraíba. É conselheiro da Fundação Mejier-Werner de Caracas, Venezuela.

Desde 1995 é membro de Sociedades Alemãs de Música e Medicina, desenvolvendo intenso trabalho na área de prevenção e terapia de enfermidades dos músicos.

Desde 1980 é professor catedrático da “Escola Superior de Música e Teatro de Hamburgo” e desde de 1996 assumiu a cátedra de Metodologia do ensino do Piano na Universidade de Martim Luther Halle-Wittenberg ( antiga Alemanha oriental).

Orquestra Sinfônica do Paraná

OSVALDO FERREIRA diretor artístico
Maestro Titular Osvaldo Ferreira
Maestro Assistente Márcio Steuernagel
Maestro Alceo Bocchino – In Memoriam

VIOLINO I
Paulo Sérgio da Graça Torres Pereira – spalla
Maria Ester Moreira Brandão Watanabe – spalla
Alexandre Brasolim de Magalhães – concertino
Simone Ritzmann Savytzky – concertino
Bettina Jucksch – concertino
Acácio Huberto Behlau Weber
Carolina de Souza Frederico
Consuelo Froehner
Cristine Marquardt
Francisco Augusto C

Publicações Recomendadas