Moradores da região dos jardins Ponta Grossa, Diamantina e Vale Verde, e do núcleo habitacional Marcos Freire foram o público alvo da quarta da série de seis audiências públicas promovida pela prefeitura para discutir a concessão do transporte coletivo em Apucarana. O encontro promovido ontem (15) à noite no Centro da Juventude serviu para confirmar que questões de itinerário e horário das linhas são comuns em vários pontos da cidade.
Entre os itens sobre as condições do serviço as críticas foram acentuadas na questão da limpeza dos veículos. Os usuários argumentam que pagam por serviço que não corresponde à qualidade desejada. “Os usuários do nosso bairro têm muita dificuldade com a precariedade sistema de ônibus. Pagamos R$ 2.15 sendo que a gente não tem a qualidade que espera. Os pontos estão deteriorados, os ônibus estão velhos e sujos. O terminal não tem nenhuma qualidade, em especial quanto a limpeza”, reclama a moradora do Jardim Ponta Grossa, Stefania Gabriela Bassaco.
O não cumprimento dos horários foi outro fator bastante destacado e que os usuários esperam ver solucionado pela empresa que assumir o transporte coletivo. “A empresa fala que a frequência é de 30 em 30 minutos, mas na verdade é de 50 em 50, o que prejudica muito a população em relação à pontualidade com compromissos e com o trabalho. As pessoas têm que parar na rodovia para descer para o bairro porque a circular não dá conta dos horários. Por isso a importância dessas audiências públicas. É uma forma de colocarmos nossa opinião e mostrar o que a gente esta pensando e precisando sobre o transporte público”, afirma Stefania.
Na avaliação do mediador das audiências, Ednei Mansano, assessor do gabinete municipal da Prefeitura de Apucarana, os usuários da região abordaram praticamente as falhas apontadas nas audiências anteriores. “Os atrasos, pontos de ônibus não preparados para atender quem utiliza o transporte coletivo são alguns dos itens que voltaram a ser criticados. No entanto, o que surgiu aqui hoje foi a questão de segurança, tanto no veículo como no terminal, o que não havia sido questionado nas audiências anteriores”, observa Mansano.
Conforme dados fornecidos pela VAL, Apucarana conta com 21 linhas de ônibus que cobrem uma extensão de 480 km. É transportada uma média de 21 mil passageiros ao dia, em 483 viagens diárias. A empresa mantém 51 veículos em uso e outros 11 em reserva e a idade média da frota é de 4 anos e meio.
As audiências públicas também já mobilizaram usuários do transporte coletivo das regiões do Núcleo Dom Romeu, Núcleo João Paulo e Vila Reis. Para a noite de hoje, a partir das 19 horas, será a vez da comunidade do Jardim Colonial debater o assunto.
A série de audiências públicas fecha na próxima segunda-feira, dia 20, às 19 horas, no salão nobre da Prefeitura de Apucarana. A audiência oficial final, na Câmara de Vereadores, ainda não tem data definida.
A realização de audiências públicas é uma exigência da lei das licitações. A participação da população nas discussões vai culminar no edital de licitação da concessão do serviço de transporte coletivo urbano de passageiros no município para os próximos 15 anos. Desde 1974, o serviço é explorado a título de permissão pela Viação Apucarana Ltda (VAL), mas a legislação atual exige que todos os municípios licitem o serviço. A expectativa do poder público municipal é de que a nova concessão traga avanços para o setor, sobretudo no que tange o atendimento dos usuários.