“É só um papelzinho!”; “Já tem tanto lixo, mais um não vai fazer diferença!”; “Pago imposto para isso mesmo, a prefeitura que limpe!”. Quem nunca ouviu expressões como estas, seja de um vizinho, de um conhecido ou até mesmo de um familiar. Pois então, a falta de civilidade ainda presente em algumas pessoas gera anualmente um pesado custo aos cofres públicos, transtornos à coletividade e, em dias com grande precipitação, prejuízo a terceiros, pois com as galerias pluviais entupidas de lixo a água da chuva invade quintais e residências.

Em Apucarana, uma prestação de contas realizada pela empresa terceirizada responsável pela desobstrução e limpeza de redes pluviais, traduziu a dimensão do “problemão” gerado por milhares de “papeizinhos” lançados nas ruas. Os números, que correspondem ao trabalho realizado de janeiro a outubro deste ano, revelam que no período a empresa desobstruiu 15.120 metros lineares de galerias, ou mais de 15 quilômetros, que representa uma distância maior que a que separa Apucarana de Arapongas.

Ao receber o relatório das mãos do secretário interino de Serviços Públicos, Mauro Toshio Kitano, o prefeito Júnior da Femac mostrou-se alarmado. “Trata-se de um problema que na grande parte do tempo fica oculto dos nossos olhos, mas quando surge, causa muitos prejuízos. Cuidamos com muito zelo de Apucarana, promovendo ações e políticas públicas visando a qualidade de vida de todos e esta condição é algo que precisamos melhorar muito ainda, enquanto sociedade”, pontua o prefeito, frisando que todos os projetos realizados pelo município contemplam lixeiras. “Na área central, nos parques e praças existem dezenas. Nas revitalizações ou novos espaços de convivência, também disponibilizamos locais próprios para as pessoas acondicionarem o lixo”, reforça Júnior da Femac.

Além de desobstrução dos mais de 15 quilômetros de galerias pluviais, o trabalho realizado pela SWL Saneamento e Construção envolveu a limpeza de 2.640 bocas de lobo em um total de 756 ruas, resultando na remoção de 480 toneladas de entulhos que tiveram destinação ambiental adequada. “Infelizmente, não encontramos somente “papeizinhos”, mas materiais de todos os tipos e procedências”, lamenta Mauro Toshio Kitano, secretário interino de Serviços Públicos.

Além das famosas garrafas pet, que representam grande parte dos resíduos retirados das galerias e bocas de lobo, as equipes de limpeza encontraram objetos inusitados, como tampa de vaso sanitário, partes de eletrodomésticos, calotas de veículos, brinquedos diversos e até gesso ortopédico. “Entulhos da construção civil como pedra, areia, madeira e terra, latas, embalagens e plásticos de todo o tipo também foram materiais muito comuns em todas as operações da empresa”, cita Toshio, salientando que a atuação da “SWL” seguiu cronograma estabelecido pela prefeitura em atenção a pedidos protocolados por moradores.

Toshio frisa que outra prática ainda comum contribui para a obstrução das galerias pluviais. “Existem moradores que, ao realizar a varrição da calçada ou meio-fio defronte suas residências, acabam descartando tudo nos bueiros”, comenta o secretário interino. A prática, que é ilegal, pode ser denunciada junto à Guarda Civil Municipal (GCM), pelo telefone 153. “Orientamos esses moradores a procederem de forma correta, acondicionando o que for varrido em sacos plásticos para que sejam recolhidos e tenham destinação adequada. O mesmo vale para as obras particulares, onde a pessoas deve recorrer à contratação do serviço de caçamba para colocação dos entulhos”, conclui Toshio.

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