Um dos temas principais do XXXII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, realizado em Fortaleza, com a participação de aproximadamente 3,5 mil pessoas, foi a Atenção Básica. Os debates sobre a questão mostraram “que a melhor forma de usar qualquer sistema de saúde é ter uma atenção primária que atenda adequadamente e seja integrada”. Como a atenção básica foi o assunto central dos debates, Apucarana apresentou dois temas – “Percursos Formativos: Intercâmbio entre Experiência e Supervisão, para a qualificação da Rede de Atenção Psicossocial, com ênfase em álcool e outras drogas”; e “Implantação de Programa de Residência em Área Profissional de Saúde vinculado a uma autarquia municipal de saúde”. Os dois temas foram apresentados pelo diretor presidente da AMS, Roberto Kaneta, e pelas enfermeiras Francieli Nogueira Smanioto, responsável pela Residência Multiprofissional; e Lilian Ferreira Domingues, coordenadora do Departamento de Saúde Mental.
O médico Paulo Polli, representando o Ministério da Saúde, deixou bastante claro que “quando o plano de saúde privado começar a usar esse sistema, a população vai mudar a cultura de achar ruim passar por um médico de família antes de ter um atendimento especializado”. Ele acrescentou que “a atenção primária resolutiva é um sonho, porém já o traçamos, o profissional médico de saúde de família e enfermeiros são cada vez mais importantes nesse processo”.
Segundo o representante do MS, é preciso ouvir os gestores e ampliar o processo de regionalização. “Está na hora de fazer um Programa de Melhoria de Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) regional, com as características de cada local e municípios, sempre tendo como norte a atenção básica”, acrescentou. Polli finalizou que “o Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser feito por todos nós em todos os lugares do país, e não por poucas pessoas dentro de quatro paredes”.
Para o diretor presidente da Autarquia Municipal de Saúde, Roberto Kaneta, as discussões sobre a atenção básica vêm de encontro ao que se faz em Apucarana. “Hoje temos uma rede de unidades de saúde que cobre toda a cidade, oferecendo atendimento igualitário a toda a população e esta é a prática que foi defendida no Congresso para ser aplicada em todo o País”, afirmou Kaneta.
Quanto aos painéis apresentados por Apucarana, Kaneta salientou que a repercussão foi positiva. “Mostramos ao País o trabalho realizado aqui no âmbito da saúde mental e na capacitação através da residência multiprofissional. São estas pessoas, saídas a pouco da academia, que estão sendo preparadas para atuar na atenção básica, como foi defendido pelo Ministério da Saúde e secretários de saúde de vários municípios”, relata o diretor presidente.