Após seis meses de estudos, um workshop e uma audiência pública, a empresa contratada pelo município finalizou o estudo e apresentou as possíveis soluções na área de mobilidade urbana. O caderno de prognóstico foi entregue nesta terça-feira (20/10) ao prefeito de Apucarana, Beto Preto, com a indicação de ações a curto, médio e longo prazo. Agora, o Executivo deverá elaborar o projeto da Lei de Mobilidade Urbana de Apucarana, que será posteriormente encaminhado para a apreciação e aprovação da Câmara de Vereadores.

O caderno de prognóstico foi entregue por Humberto Pullin, diretor da empresa Pullin Consult, responsável pela elaboração do estudo. Para o prefeito de Apucarana, esse é o maior diagnóstico de planejamento urbano de Apucarana já realizado desde a década de 80. “Apucarana surgiu como um dos resultados da colonização da Companhia de Terras, visando ser somente um entreposto comercial para os proprietários rurais. Se esta visão se mantivesse, Apucarana seria uma cidade com cerca de 25 mil habitantes, mas ela foi alçada como a terceira maior cidade da região Norte do Paraná, atrás apenas de Londrina e Maringá”, avalia.

De acordo com o prefeito, o Município possui quatro grandes obstáculos urbanos, que são duas rodovias e duas ferrovias. “Apucarana precisa aprender a conviver com os obstáculos urbanos, gerando maior fluidez, mais transposições ferroviárias, mais ligações interbairros e pontos de conversão. Na década de 80 houve um movimento forte de planejamento, mas recentemente Apucarana foi tocada de modo empírico”, analisa.

Seguindo diretrizes da legislação federal e com o desenvolvimento do Município, Apucarana vem promovendo ao longo do tempo atualizações em leis, como a do Plano Diretor que passa por revisões periódicas. Beto Preto lembra que o
Plano Municipal de Mobilidade Urbana (PlanMob) é uma exigência da Lei Federal nº 12.587/12, que instituiu a Política Nacional de Mobilidade Urbana. “O trabalho iniciou em março com a realização de um workshop com os principais agentes que lidam com a mobilidade urbana no Município. Também foi realizada uma audiência pública que colheu as sugestões da população e agora vamos elaborar o projeto de lei que será, junto com o estudo entregue hoje, encaminhado para a Câmara de Vereadores”, frisa.

O diretor da Pullin Consult afirma que anteriormente já havia entregue ao prefeito de Apucarana o caderno de diagnóstico e agora, finalizando o trabalho, foi repassado o caderno de prognóstico, contendo 300 páginas. “São sugestões que estão sendo apresentadas para o convívio harmonioso das pessoas no meio urbano, objetivando a segurança, fluidez e acessibilidade”, reitera.

O prognóstico prevê ações a curto (5 anos), médio (10 anos) e longo prazo (20 anos). “O estudo apresenta cenários e proposições, considerando o pedestre, o automóvel, a motocicleta e o ônibus. Os usuários deste sistema interagem e, em determinado momento, são pedestres, passageiros ou motoristas”, observa.

Entre as sugestões de curto prazo, estão a revitalização da Avenida Minas Gerais, transformando-a em via expressa. “Atualmente, é uma via rodoviária que registra grande número de acidentes. A intervenção visa gerar mais segurança para pedestres e veículos, especialmente nas conversões”, explica.

Outra medida prevista para o curto prazo é a implantação de um Terminal Logístico de Cargas. “O objetivo é que veículos com características rodoviárias não entrem na cidade. Para isso, haveria a possibilidade do transbordo de caminhões maiores para menores e, no caso da descarga de grãos, a emissão de senhas para evitar a formação de filas e as esperas dos caminhões dentro do perímetro urbano”, esclarece.

No médio prazo, o estudo indica nove pontos de transposição em desnível da linha férrea. “A solução de engenharia será definida pelo Município, mas pode ser trincheiras, pontilhões e até viadutos”, exemplifica, citando que outra ação para ser executada a médio prazo é a revitalização do Aeroporto Municipal Capitão João Busse.

Uma solução apontada para o horizonte de 20 anos, pelos altos custos envolvidos, é o contorno ferroviário, tirando a linha férrea do perímetro urbano. O estudo também sugere a revisão do plano de sinalização, fazendo as readequações com base no Código de Trânsito Brasileiro e resoluções do Denatran, além da padronização das faixas de travessia para pedestres e das rampas para cadeirantes. “Apucarana ainda não tem problemas graves, como grandes congestionamentos, mas precisa promover intervenções para não acontecer o que se vê em outras cidades”, finaliza.

Câmara recebe projeto de lei na próxima semana

Ainda na tarde desta terça-feira (20/10), o prefeito Beto Preto promoveu reunião com vereadores para explanação dos trabalhos e esclarecimento de possíveis dúvidas. Segundo ele, o texto do projeto de lei que cria oficialmente o Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Apucarana deve ser concluído até sexta-feira. “Aproveito este encontro para salientar aos vereadores a importância da aprovação desta matéria, que enviaremos à Casa de Leis na próxima semana. Podem ser feitas emendas? Digo que sim, mas lembro que devem seguir o que rege o novo Plano Diretor de Desenvolvimento”, explicou Beto.

Participaram da reunião o presidente da Câmara, José Airton Deco de Araújo, Aurita Bertoli, José Eduardo Antoniassi, Antonio Ananias, Gilberto Cordeiro de Lima e Luciano Augusto Molina Ferreira. A discussão também foi acompanhada pelo presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (Acia), Júnior Serea.

Publicações Recomendadas