As primeiras diretrizes do Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Apucarana, que vem sendo elaborado desde o mês de março pela empresa paulista Pullin Consult – Engenharia, Arquitetura Consultiva e Projetos, foram apresentadas ao prefeito Beto Preto (PT) nesta terça-feira (14/04), durante reunião técnica realizada no gabinete municipal. O encontro aconteceu após o grupo verificar “in loco” os principais entroncamentos viários (entradas da cidade) e semafóricos do município.
A criação de um plano municipal é exigência da Lei Federal nº 12.587/12 a todos os municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes. Em Apucarana, as ações estão na fase de diagnóstico da cidade e têm acompanhamento do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan). A conclusão dos trabalhos está prevista para o mês de julho. “Uma cidade é um tecido social urbano e, infelizmente, o que Apucarana vive nos dias atuais é resultado de anos e anos de falta de planejamento. Com este trabalho estamos pensando uma Apucarana com acessibilidade, para que pedestres com ou sem necessidades especiais, bicicletas, automóveis, transporte coletivo, ambulância, todos tenham o seu espaço. E como em um tecido humano com problemas, estamos prontos para agir cirurgicamente neste tecido urbano no sentido de promover os ajustes necessários para restabelecer o fluxo ideal, tendo como foco o bem-estar do cidadão”, disse o prefeito Beto Preto.
Com participação do consultor em Transportes, Thiago V. Zeidler Gomes, a reunião técnica priorizou o debate focado no transporte coletivo urbano de passageiros. “O Plano Municipal de Mobilidade Urbana trará um capítulo específico sobre esta temática, servindo de embasamento para a composição do edital de licitação da concessão do serviço para Apucarana”, anunciou o prefeito Beto Preto.
Segundo o consultor, a ideia inicial é a criação de estações de transferência em locais estratégicos. “Já verificamos a existência de pelo menos três locais de convergência entre as diversas linhas que servem a cidade. Com a estruturação de estações de transferência nestes pontos, o passageiro teria acesso a uma maior integração, podendo se deslocar a outros destinos com maior rapidez sem a necessidade de ir até o terminal central”, disse Thiago.
Os estudos da temática, explica o prefeito Beto Preto, estão dentro das normas previstas pelo Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes (GEIPOT), do Ministério dos Transportes. “Os investimentos necessários vão ser promovidos dentro do orçamento e da realidade municipal. Sempre com o intuito de vencer as barreiras que impedem uma melhor mobilidade urbana”, ponderou Beto.
População poderá fazer sugestões em audiência pública
Os trabalhos de elaboração do Plano Municipal de Mobilidade Urbana são norteados pelo novo Plano de Desenvolvimento Urbano (PDU), em vigência desde o dia 1º de janeiro. “Que inseriu novos eixos de desenvolvimento, aumento dos espaços para verticalização da cidade e já prevê, por exemplo, a implantação de um transporte coletivo mais eficiente”, disse o prefeito Beto Preto. De acordo com ele, dentro do plano de mobilidade, também está em discussão a inserção de vertentes que fomentem o desenvolvimento de novas subcentralidades, com bancos e outros serviços hoje centralizados, por exemplo, encontrando ambientes para fixação nos bairros. Isso automaticamente evitaria deslocamentos hoje necessários à área central, contribuindo com a mobilidade urbana”, exemplificou Beto.
O diretor da empresa Pullin Consult, Humberto Pullin, que é engenheiro civil especializado em tráfego e transportes, destaca que os trabalhos de elaboração do Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Apucarana avançaram bastante desde a realização de um workshop, no mês de março. “Verificamos que muitos pontos de conflitos da cidade, por exemplo, são gerados a partir das rodovias que cortam o perímetro urbano e também pela ferrovia, causando lentidão no trânsito. Neste sentido, o plano vai apresentar diretrizes de solução para serem adotadas a curto, médio e longo prazo, priorizando as situações mais críticas”, explicou Pullin.
A população poderá contribuir na elaboração da legislação através de participação em uma audiência pública. “Antes da conclusão dos trabalhos, prevista para julho, vamos levar as discussões para a sociedade através de uma audiência pública, provavelmente a ser convocada no mês de junho”, anunciou o consultor.