O Cine Teatro Fênix recebeu nesta quinta-feira (20/11) a programação de duas campanhas de conscientização sobre direitos fundamentais, encabeçadas pela Prefeitura de Apucarana. No mesmo ato, foi lançada a campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” e desenvolvidas atividades referentes ao Dia Nacional da Consciência Negra. O ato conjunto foi organizado pelas secretarias municipais da Assistência Social e da Mulher e Assuntos da Família, em parceria com o Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial.
De acordo com o prefeito de Apucarana, Beto Preto, que participou da abertura do evento, as campanhas são uma oportunidade de levar informações e de colocar os dois assuntos na pauta das famílias. “O Brasil está passando por modificações fundamentais, com a implantação de políticas públicas para todos. No tocante a essas duas temáticas, sabemos que há feridas e estamos aqui para mostrar que existem políticas públicas para cicatrizá-las. Precisamos debater a violência contra a mulher e a igualdade racial para que não sejam esquecidos e para que a sociedade não repita os erros”, frisa Beto Preto.
A secretária municipal de Assistência Social, Márcia Regina de Sousa, lembrou dos avanços em Apucarana na questão da igualdade racial. “Nenhum gestor prestou atenção a esse tema e neste ano, por determinação do prefeito Beto Preto, o Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial foi criado em Apucarana, sendo também já realizada a conferência municipal. Isso é só o começo da luta, pois assumimos junto com o movimentos sociais a responsabilidade de buscar caminhos para a efetivação das políticas de garantia de direitos”, ressalta Márcia.
Marcos Fagundes, presidente do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial, cita recentes avanços alcançados em âmbito nacional, como o estabelecimento do sistema de cotas raciais para acesso ao ensino superior e a obrigatoriedade do ensino de história e da cultura afro-brasileira nas redes públicas e particulares de educação. “É um dia de luta do povo negro, que muitas vezes não tem espaço e o devido respeito. O 20 de novembro é também uma homenagem à morte de Zumbi, principal representante da resistência negra à escravidão no Brasil”, afirma Fagundes.
Entre as atividades alusivas ao Dia Nacional da Consciência Negra, estavam ainda previstas para esta quinta-feira, no Cine Teatro Fênix, a palestra “O enfrentamento do racismo também acontece no âmbito do sexismo”, ministrada pelo professor Guilherme Bomba, e outra com tema “20 de Novembro”, apresentada pelo Dr. Ernani José dos Santos. Encerrando a programação, às 20 horas, no platô da Praça Rui Barbosa, está previsto a realização de um desfile afro.
FIM DA VIOLÊNCIA – A campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, lançada nesta quinta-feira, se estenderá até o dia 10 de dezembro. “A Luta é um processo contínuo que se converte em ações integradas. O nosso objetivo é mostrar números e promover debates, a sensibilização e o encorajamento”, afirma Denise Canesin Machado, secretária da Mulher e Assuntos da Família, citando que o Centro de Atenção à Mulher, cuja sede própria foi inaugurada há cerca de 3 meses, dobrou o número de atendimentos, passando de 90 para cerca de 200 por mês.
A delegada Iane Cardoso, da 17ª Subdivisão Policial de Apucarana, afirma que a violência contra a mulher é uma preocupação global. “Aqui no Brasil são anos de opressão e de modelo patriarcal, situação que não se muda de um dia para outro”, frisa Iane, que também citou uma recente conquista de Apucarana para o enfrentamento da violência doméstica e familiar. “O governo do Estado publicou o decreto que cria a Delegacia da Mulher em Apucarana, o que garantirá acesso a recursos para contratação de pessoal e aquisição de equipamentos”, pontua.
A vereadora Aurita Bertoli, que no ato representou o Legislativo, também destacou a efetivação das políticas públicas. “Há 15 anos eu participei da fundação do primeiro movimento negro de Apucarana, mas isso não foi acompanhado por ações efetivas. Hoje é um momento de não apenas lembrar a data, mas de celebrar as políticas que estão acontecendo na prática”, assinala, fazendo a mesma avaliação no tocante ao ativismo feminino. “Na gestão passada, tínhamos o Iama em Apucarana. Encaminhávamos as mulheres para lá, mas elas retornavam sem o adequado atendimento, pois não existia um profissional da área de advocacia. Agora na gestão do Beto Preto foi contratada uma advogada. Isso é política efetiva”, avalia.
De acordo com Patrícia Vecchi, diretora do Centro de Atenção à Mulher, os “16 dias de ativismo” têm programadas ações em diversos locais, como Unidades Básicas de Saúde, Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), Centro da Juventude, e entidades sociais. “Teremos mesas redondas, oficinas, roda de conversa e palestras com especialistas, abordando temas como o enfrentamento da violência contra a mulher, legislação, prevenção e tratamento de doenças, entre outros”, informa.