A Prefeitura de Apucarana, por meio da Secretaria da Mulher e Assuntos da Família (SEMAF), realizou na manhã desta quarta-feira (10/12) a palestra “Homens que sentem, entendem e protegem: pela defesa dos direitos das mulheres”. O encontro, promovido no salão nobre do Paço Municipal, reuniu servidores homens de todas as secretarias e autarquias. A atividade foi conduzida pelo psicólogo da Defensoria Pública do Estado do Paraná, Henrique Siena Zanon, e pelo psicólogo da Secretaria Municipal de Assistência Social, Aldo Gabriel Lorin.
A iniciativa integra a Campanha Laço Branco e encerrou a programação dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”. De acordo com a primeira-dama e secretária da SEMAF, Karine Mota, a campanha reforça a importância da participação masculina no enfrentamento à violência. “O movimento do Laço Branco está presente em mais de 50 países e chama os homens a assumirem a responsabilidade e apoiarem mudanças culturais que garantam segurança e dignidade às mulheres. A campanha lembra que homens também devem reconhecer os sinais de violência e agir: acolhendo vítimas, denunciando agressores e promovendo atitudes diárias que rompam com o machismo estrutural”, explicou.
O prefeito Rodolfo Mota acompanhou a palestra e destacou a responsabilidade coletiva no enfrentamento ao problema. “A grande maioria dos homens presentes não pratica violência de gênero, mas pode ter um parente, amigo ou colega que trata as mulheres de forma diferente simplesmente pelo fato de serem mulheres. Além de não ser violento, nós homens não podemos ser coniventes e nos calar quando presenciamos violência. E a violência de gênero pode estar em todos os ambientes: na família, no trabalho, na universidade e até na igreja”, alertou.
Karine Mota também destacou como a violência se perpetua ao longo das gerações. “Os filhos em geral reproduzem o comportamento dos pais. Se o menino é criado em um lar onde o pai costuma ser violento com a mãe, ele pode vir a ter atitudes semelhantes no futuro. As meninas que convivem nesse ambiente podem se tornar adultas com baixa autoestima e submissas. A maior parte dos agressores, aliás, vem de famílias mal estruturadas onde a violência era normalizada”, afirmou.
O psicólogo Henrique Siena Zanon alertou que a violência de gênero impacta diretamente toda a sociedade. “Ela leva, por exemplo, ao afastamento do trabalho, à dependência do álcool e outras drogas, a outros tipos de violência e ao desenvolvimento de transtornos de aprendizagem em crianças que vivem em ambientes violentos”, citou.
Já o psicólogo Aldo Gabriel Lorin abordou a construção social dos papéis de gênero desde a infância. “Quais brinquedos nós costumamos dar de presente para as nossas filhas? Boneca. E o que são as bonecas? Um treinamento para que ela seja uma boa mãe no futuro. Já os meninos não podem ter contato com bonecas, pois não é algo da masculinidade. Mas eles não serão pais? Brinquedo não tem gênero; é para brincar, para desenvolver habilidades de forma lúdica”, afirmou.
Presenças – Também participaram da atividade o vice-prefeito Marcos da Vila Reis, o vereador Pablo da Segurança, o comandante da Guarda Civil Municipal, Fábio de Souza, o policial militar da Patrulha Maria da Penha, Cabo Clóvis, e a diretora do Centro de Atendimento à Mulher (CAM), Fernanda Araújo.
Serviço – As mulheres que necessitam de apoio podem buscar o Centro de Atendimento à Mulher (CAM), localizado na Rua Professora Talita Bresolin, 520, no Jardim São Pedro. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O atendimento também é realizado pelos telefones (43) 3422-4479 e 0800-645-4479.
O CAM oferece acolhimento e orientação social, jurídica e psicológica. Quando necessário, também disponibiliza o botão do pânico para reforçar a proteção das mulheres em situação de risco.





