A Prefeitura de Apucarana vai criar uma comissão para discutir a situação das famílias indígenas que estão de passagem na cidade. O objetivo, a partir da formação do grupo de trabalho, é promover encontros periódicos envolvendo representantes do Ministério Público Federal e Estadual, Fundação Nacional do Índio (Funai), Vara da Família, Infância e Juventude, conselhos de direitos, Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), Conselho Tutelar, Autarquia Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Assistência Social e rede de serviços assistenciais.
Com esse propósito, uma comitiva de Apucarana acompanhou na semana passada o trabalho desenvolvido em Londrina. “Participamos de uma reunião no Ministério Público Federal de Londrina, que, além dos representantes da Justiça, contou com líderes indígenas, antropólogos, assistentes sociais e outros profissionais. Fomos ver como os trabalhos são conduzidos para implantar algo semelhante em Apucarana”, explica Márcia Regina de Souza, secretária municipal de Assistência Social, lembrando que também integraram a comitiva apucaranense a superintendente de Assistência Social, Suely Kaminski, a presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), Ana Maria Schimidt, e as assistentes sociais Patrícia Vecchi e Aline Barbosa.
A principal preocupação, conforme a secretária municipal de assistência social, é a situação de vulnerabilidade das crianças indígenas e a construção de uma casa de passagem que ainda não saiu do papel. “Queremos discutir a política do índio, buscando acompanhar e ter um controle mais efetivo especialmente quanto aos direitos da criança e do adolescente”, assinala.
Com aprovação da Câmara de Vereadores, o Município já doou uma área de 2 mil metros quadrados no Parque Japira para a construção da Casa de Abrigo do Índio. A edificação da obra, que deveria ser bancada com recursos da Funai, até agora não foi viabilizada. O espaço tem o objetivo de proporcionar aos índios da região que convergem para Apucarana um lugar adequado para pernoite e para o desenvolvimento de outras atividades.
De acordo com a assistente social e coordenadora do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), Patrícia Vecchi, o contingente de índios que permanece em Apucarana é variável e estimado entre 15 e 20 famílias. “Verificamos no serviço de abordagem social e no acompanhamento que elas ficam um ou dois meses e depois vão embora. Nada impede que as famílias venham para vender seu artesanato, mas o que nos preocupa é a negligência e o registro de crianças indígenas pedindo dinheiro e outras coisas em semáforos, praças e até nas casas”, frisa.